quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Corpos que não se decompõe

O processo de incorrupção de corpos é explicado pela ciência, e quando ocorre por causa naturais é chamado de Adipocere.Em alguns casos a não decomposição é devido a técnicas de enbalsamento, unidas a condições naturais.

O processo de adipocere acontece enterrando o corpo em locais com pouco oxigênio e muita umidade, como nas criptas e mausoléus. Durante o velório o corpo é coberto com um tule bem fino e de boa qualidade ou se lacra o caixão direto, assim moscas não conseguem depositar seus ovos no corpo o que faria eclodir as larvas que o devorariam. O ambiente úmido e com temperatura constante, além de uma certa alcalinidade na umidade devido as pedras ou cimento da cripta ou mausoleu, um caixão que permita passar essa umidade, mas não os seres decompositores, inicia-se assim um processo em que a gordura humana começa a se tornar lentamente um tipo de sabão, - exatamente como fabricavam sabão em épocas muito antigas. Essa substância protege os músculos, ossos e muitos orgãos internos do corpo. Além é claro da escuridão do local que permite uma boa fermentação continua em sem problemas.

Hoje é possível até mesmo proteger e conservar órgãos internos, com a ajuda, é claro, de um bom enbalsamador.

Casos curiosos acontecem com alguns "santos" da igreja católica, que supostamente têm seus corpos conservados, veja esse caso:


Santa Bernardette foi uma pastora que teve uma visão da Virgem Maria na cidade de Lourdes – Portugal. Morreu no convento de Santo Gildard, em Nevers – França, em 1879 sendo enterrada na cripta da capela. Em 1909, uma comissão encarreagada de investigar a santidade da religiosa, procedeu à exumação de seu corpo tendo como testemunhas um bispo e dois médicos. Os trabalhos no túmulo foram feitos por dois pedreiros e dois carpinteiros. Eles encontraram o corpo da Santa em perfeito estado. Uma freira, que assistira ao enterro, 30 anos atrás, notou uma única diferença: o hábito de Bernadette estava úmido.


Sepultada, foi novamente exumada em 1919 sob as vistas de testemunhas leigas e religiosas. Os médicos que examinaram o corpo escreveram: “Quando o caixão foi aberto o corpo parecia estar absolutamente intacto e sem nenhum odor post mortem. Não havia cheiro de putrefação e nenhum dos presentes experimentou qualquer desconforto”. Uma terceira exumação foi feita em 1923 e o cadáver encontrava-se nas mesmas condições. Desta vez, o corpo foi aberto (necropiciado) e os orgãos internos estavam flexíveis. Um médico escreveu: “O fígado estava leve e sua consistencia era praticamente normal”.

Mas não são somente santos que têm esse privilégio, casos já ocorreram em todos os lugares e com todo tipo de defuntos, um caso muito interesante é de uma criança sepultada em 1902, exumada em 1995 quando houve a mudança de cemitério.


93 anos depois de sepultada

Na verdade, como falamos no início dessa postagem, esses fatos ocorrem devido à condições naturais e/ou processos de enbalsamação, se dermos a esses corpos, aparentemente incorruptíveis o tempo suficiente e os removermos de condições especiais que retardam o processo de decomposição (como ausência de oxigênio, bactérias, vermes, luz, etc.), todos os corpos humanos e partes do corpo se desintegram.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A arte de morrer e os carrascos desajeitados

Desde os primórdios da humanidade a morte é usada como castigo para diferentes crimes, isso ocorreu -e ainda ocorre - nos mais variados lugares da terra. Mesmo em países onde a pena de  morte foi abolida, histórias de um passado sangrento nos mostram peculiaridades e histórias no mínimo curiosas dessa prática.

Acontecia muitas coisas grotescas durante e depois de uma execução, como na história de John Coffey: durante seu enforcamento a corda roupeu-se e ele cai no fosso, aprentou-se então com sangramento nos ouvidos; a corda roupeu-se mais uma vez. Na terceira vez o estrangularam, levando para isso doze minutos.

Em 1927, o carrasco de quatro homens em uma colônia britânica estava com tanta pressa, que liquidou com eles aos pares.O cirurgião descobriu que um deles gemia e arfava depois de o carrasco ter ido embora, resultado: todos os quatro corpos foram suspensos por mais quinze minutos, apenas para se ter certeza.

Os enforcamentos sempre proporcionaram para seus espectadores um "belo" espetáculo, porém sempre trazia riscos, como o de a cabeça saltar fora ou a corda arrebentar. Foi então que os americanos trouxeram a eletrocução, William Kemmler inaugurou o caminho em 6 de agosto de 1890 em Auburn, estado de Nova York. Dizem alguns que no começo  as vítimas não morriam de imediato, apenas ficavam atordoadas, vindo a dar os últimos suspiros durante a necropsioa legal, realizada imediatamente após a eletrecução.

Em 10 de outubro de 1789 o médico, Dr. Joseph-Ignace Guillotin, inventou um dispositivo muito prático, que foi batizada em sua homenagem, a guilhotina. Na época, as execuções públicas eram eventos socias importantes na europa, os nobres eram guilhotinados, a ralé enforcada. Tudo era levado muito a sério, conta-se que a segunda rainha que o Rei Henrique XIII levou ao cadafalso, passou a noite anterior ensaiando.A guilhotina foi usada pela primeira vez em 25 de abril de 1792 e, caiu no gosto do público.


Histórias interesantes também rodeiam a guilhotina, o dramaturgo Somerset Maugham escreveu: "conta-se
uma história de um médico que havia combinado com um homen que seria guilhotinado para piscar três vezes depois de sua cabeça ser cortada, e disse que o viu fazê-lo duas vezes."

O Dr. Frederick Gaertner relatou: "Imediatamente após a cabeça ter caído no cesto, eu me encarreguei dela. A expressão facial era de grande agonia,por vários minutos após a decapitação. Ele abria os olhos e também a boca, no processo de estupefação como se quisesse falar comigo."

A cabeça de Charlotte Corday, de vinte e quatro anos, assassino de Jean-Paul Marat, corou-se com indignidade quando mostrada à multidão. Um estudante de medicina espetou um escalpeto em uma cabeça recém decapitada e obteve uma careta como resposta. Uma cabeça jogada em um saco juntamente com outra, mordeu-a.










O Dr. Joseph-Ignace Guillotin,
"pai" da guilhotina



A morte por gás é menos suscetível a acidentes, mas não tem a menor graça. A guilhotina era o cumprimento preferível de um final prematuro. Sempre havia a chance remota de cuspir no olho do carrasco.


Fonte: [Os Grandes Desastres da Medicina; Richard Gordon, Ediouro 1997]

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A cabeça viva

O que poderia ser mais horrível do que criar um cachorro de duas cabeças? Manter a cabeça decepada de um cão, viva para além do seu corpo!

Desde o massacre da Revolução Francesa, quando a guilhotina fez milhares de cabeças decepadas cairem em cestas, cientistas se perguntaram se seria possível manter uma cabeça viva fora do seu corpo, mas até o final dos anos 1920 ninguém havia conseguido essa proeza.

O Médico soviético Sergei Brukhonenko desenvolveu um primitivo do coração-pulmão que ele chamou de autojector, com este aparelho ele conseguiu manter viva a cabeça decepada de um cachorro. Ele exibiu uma de suas cabeças de cão, em 1928, diante de uma platéia de cientistas internacionais no Terceiro Congresso de Fisiologistas da URSS. Para provar que a cabeça deitada sobre a mesa realmente estava viva, ele mostrou que ela reagiu a estímulos. Brukhonenko bateu o martelo sobre a mesa, e a cabeça se retraiu, focou luz nos seus olhos, e a cabeça piscou . Ele ainda alimentou a cabeça com um pedaço de queijo, que imediatamente pulou da sonda esofágica na outra extremidade.

A cabeça de cachorro decepada, de Brukhonenko, tornou-se muito comentada na Europa e inspirou o dramaturgo George Bernard Shaw, "Estou mesmo tentado a ter minha própria cabeça cortada de modo que eu possa continuar a ditar peças e livros sem ser incomodado por doença, sem ter de vestir e despir, sem ter que comer, sem ter nada para fazer além de produzir obras de arte dramática e literatura ".



Fonte: http://www.museumofhoaxes.com/hoax/Top/ecomments/4736/

David Reimer

Em 1965 um menino nasceu no Canadá com o nome de David Reimer. Com oito meses de idade ele recebeu um procedimento comum, uma circuncisão. Infelizmente, durante o processo o seu pênis foi severamente queimado por casa do cauterizador que foi utilizado no lugar de um bisturi. Quando seus pais visitaram o psicólogo John Money, ele sugeriu uma solução simples para um problema complicado: uma mudança de sexo. Seus pais estavam perturbados pela situação, mas finalmente concordaram com o procedimento. Eles não sabiam que a intenção verdadeira do terapeuta era provar que a criação e não a natureza determinava a identidade sexual. Para o seu próprio ganho pessoal ele decidiu usar David como o seu estudo de caso privado.


David, agora com o nome Brenda, teve uma vagina construída e recebia suplementos hormonais. John disse que seu experimento foi um sucesso, ignorando os efeitos negativos da cirurgia de Brenda. Ela agia como um menino e tinha sentimentos confusos e conflitantes sobre uma série de tópicos. O pior é que seus pais não o informaram do acidente de infância. Isso causou um tremor na família. A mãe de Brenda era suicida, o pai alcoólatra e seu irmão era extremamente depressivo.

Finalmente os pais de Brenda contaram sobre seu verdadeiro sexo quando ela tinha 14 anos de idade. Ela decidiu então tornar-se David novamente e parou de tomar estrogênio, e fez uma reconstrução peniana. John não reportou outro resultado insistindo que seu experimento havia sido um sucesso, deixando de fora muitos fatos sobre a luta de David sobre sua identidade sexual. Em 2004, então com 38 anos, David tirou a própria vida.

Uma das últimas fotos de David


Retirado de: [http://hypescience.com/experimentos-antieticos/]

Os cadáveres e a eletrificação

Em 1780 o professor de anatomia italiano Luigi Galvani descobriu que uma fagulha de eletricidade poderia fazer os membros de um sapo morto se moverem. Logo cientistas de toda a Europa estavam repetindo seu experimento. Mas não demorou muito até que se cansassem de sapos e decidissem tentar um animal maior. O que aconteceria se um cadáver humano fosse eletrificado?

O sobrinho de Galvani, Giovanni Aldini, viajou pela Europa oferecendo espetáculos de revirar o estômago. Sua mais celebrada demonstração ocorreu em 17 de janeiro de 1803 quando ele aplicou os pólos de uma bateria de 120 volts ao corpo do assassino executado, George Forster.



Quando Aldini introduziu fios na boca e nas orelhas do morto, os músculos de sua mandíbula se agitaram e seu rosto se contorceu em uma expressão de dor. Seu olho esquerdo abriu como se para observar seu carrasco. Para o grand finale Aldini prendeu um fio em sua orelha e outro em seu reto. O cadáver de Forster iniciou uma dança repugnante. O London Times escreveu “Pareceu aos desinformados da platéia que o cadáver estava sendo ressuscitado”.

Outros pesquisadores conduziram experiências semelhantes na esperança de reviver os mortos sem sucesso.

Josef Mengele (1911 - 1979)

Muitos podem "torcer o nariz" para essa postagem, mas não poderia deixar de falar desse médico que incorporou realmente o sentido de "médico e monstro", em referência aos personagens Dr. Jekyll e Mr. Hyde do conto de Robert Louis Stevenson. Médico, pois formou-se como tal; monstro, porque seus experimentos custaram milhares de vidas inocentes.

Estudou medicina e antropologia na Universidade de Munique, onde em 1935 obteve um doutorado em Antropologia (Ph.D.). Atuando durante o regime nazista no campo de concentração Auschwitz, na época da segunda guerra mundial, Mengele era conhecido pelo apelido de Todesengel, "O Anjo da Morte". Em Auschwitz, se estima que morreram perto de 3 milhões de Judeus, nas câmaras de gás, a tiro, à fome ou queimados.

Algumas experiências médicas realizadas por Mengele são verdadeiras atrocidades contra seres humanos, entre suas bizarras experimentações estavam os testes de resistência à hipotermia, quando deixava prisioneiros em tanques de água gelada para ver por quanto tempo resistiam, dissecação de anões vivos, injetar tinta nos olhos de crianças, amputações e coleta de órgãos diversos.

O bloco 10 no campo de Auschwitz,
 onde Mengele realizava as suas experiências

Um tipo de experiência que merece uma maior atenção, foram os testes com gêmeos. Esses recebiam melhor tratamento do que os outros prisioneiros, tudo para que pudessem depois servir para as experimentações de Mengele. Tentativa de mudança da cor dos olhos, amputações e trocas de menbros, ligação entre veias de irmãos para tentar criar siameses artificialmente, estavam entre as barbáries cometidas contra gêmeos.

Outras crueldades do "anjo da morte" consistiam em testes diversos com ciganos e judeus que tinham doenças hereditárias como síndrome de Down e nanismo, submetia pessoas a mudanças de pressão extremas, tentou encontrar um método de esterilização em massa vitimando milhares de mulheres, tratamentos de choque, castração e cirúrgias brutais sem anestesia.

Infelizmente suas covardias não param por aí, poderíamos gastar horas e linhas falando desse homen que desonrou a tão nobre profissão médica , alguns historiadores afirman que Hitler não chegava nem perto de Mengele quando se tratava de crueldade.

Josef Mengele fugiu para a Argentina na década de 40, tendo posteriormente ido para o Paraguai e depois para o Brasil, onde veio a falecer. Sabe-se hoje que no Brasil viveu modestamente numa favela sob o nome falso de Pedro Gerhard, e pouco falava de seu passado, morreu em circunstâncias até hoje pouco esclarecidas.  Os seus ossos foram exumados em 1985, no cemitério de Rosário, na cidade de Embu das Artes, na grande São Paulo. A perícia, conduzida por especialistas do IML e da UNICAMP, determinou que a ossada era do médico nazista: um defeito dental que tinha nos dentes superiores frontais foi comprovado, além de coincidir em idade e estatura. Em 1992, uma análise de ADN confirmou finalmente a sua identidade.

Robert Koch (1843 - 1910) e a bacteriologia


Formado em medicina pela Universidade de Göttingen em 1866, o alemão Robert Koch era um obscuro e despretencioso clínico geral, que dizem alguns historiadores, não era uma pessoa agradável nem tampouco nobre. Talvez por isso não conseguiu se tornar um dos grandes heróis da medicina, apesar de ser considerado o pai da bacteriologia. Para, no entando, alcançar tal glória, Koch valeu-se de sua impetuosidade e dedicação em descobrir quais "pequenos animais" causavam quais doenças.

Trabalhando em seu próprio consultório, tendo como ajudante sua esposa, munido de apenas um microscópio e alguns instrumentos feitos à mão, Koch deu início a suas descobertas isolando o germe do Antraz, a partir dessa descoberta Koch foi resgatado da obscuridade sendo nomeado para o Instituto Imperial de Saúde de Berlim, onde contava com um laboratório decente e dois assistentes capacitados, lá isolou o vibrião da cólera e, desde então, em segredo absoluto, Koch deu início a uma das maiores descobertas médicas: o bacilo causador da tuberculose. Diz-se que seu silêncio deve-se ao fato que queria que a glória de sua descoberta fosse dada somente a ele e a ninguém mais.

Koch revelou sua descoberta em 24 de março de 1882, numa reunião da Sociedade Fisiológica de Berlim. O espanto de diante de tão importante descoberta contagiou a todos, como se não bastasse a descoberta do bacilo da tuberculose e consequentemente do nascimento da bacteriologia, as técnicas que Koch usou para cultivar essas bactérias foram extremamnete inovadoras, algumas sendo usadas até nossos dias.


Os dias que se seguiram à descoberta de Koch, foram de um foror científico imenso, seguidores do agora famoso médico e cientista não tardaram a descobrir o bacilo do tétano e da difteria empregando as mesmas técnicas de Koch.

Em 1905 Robert Koch recebe o prêmio Nobel, pelas suas contribuições ímpares em favor da ciência. No ano de 1910 Koch sofre um infarto do miocárdio, seu funeral durou seis minutos e apenas dez pessoas compareceram. A descoberta dos germes causadores do antraz, da tuberculose e da cólera, fizeram com que o médico interiorano, não acadêmico e aparentemente sem graça, entrasse para a história da medicina como o verdadeiro fundador da bacteriologia.

RX tórax com tuberculose no ápice do pulmão direito.


Fonte: FRIEDMAN, M&FRIEDLAND, G.M. - As dez maiores descobertas da Medicina. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.